
Para se ter ideia, segundo o relatório do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o PIB AGRO do país cresceu 8,36% em 2021, parte impulsionado pelas máquinas agrícolas.
Ou seja, maior tecnologia envolvida desde a preparação do solo até o período de colheita. Mas os avanços não estão nem perto do ápice, e muita novidade está por vir com a agricultura 4.0.
Sendo assim, com objetivo de explicar mais sobre as novas tecnologias agrícolas e os avanços esperados para os próximos anos, fizemos esse artigo sobre o assunto.
O que é a agricultura 4.0?
Historicamente, todos os setores sofreram mudanças com o passar dos anos. Na agricultura não foi diferente. Os primeiros registros de plantio eram em baixa escala, apenas para a subsistência de pequenas comunidades, com ferramentas rudimentares e trabalho manual. Esse período foi da chamada agricultura 1.0.
Porém, nos anos 50, avanços na engenharia e nos maquinários, devido à Revolução Industrial, proporcionaram o aumento produtivo das safras e o caminhar para o comércio global, entrando no período da agricultura 2.0.
Contudo, essa fase foi apenas até os anos 1990, quando se iniciou a agricultura 3.0. Nela, o uso de grandes maquinários, sistemas de monitoramento do clima e previsão de plantio em larga escala. Foi já nos anos próximos à 2010 que a tecnologia avançou de vez.
Então, chegando assim à agricultura 4.0, que está em desenvolvimento hoje. Ela é, em poucos termos, a digitalização dos processos agrícolas em todas as frentes. E é justamente elas que listaremos a seguir.
1 – Internet das Coisas (IoT)
A Internet das coisas, no inglês Internet of Things (IoT), é a base para todas as tecnologias listadas e aos projetos que ainda virão. O conceito se refere a conectividade de todo um processo produtivo e, no caso da agricultura, do plantio à colheita.
Ou seja, é a transmissão dos dados obtidos para tratores, drones, banco de dados e análises, tudo interligado instantaneamente. O ganho é na economia de tempo, evitando que equipes se desloquem sem necessidade, na diminuição de combustível e água, somente abastecendo partes específicas e auxiliando no comparativo de safras.
2 – Equipamentos Agrícolas Autônomos:
A presença humana fazia parte do processo de plantio e colheita, mas, com os desenvolvimentos tecnológicos e uso de GPS, as máquinas podem operar apenas por controles remotos.
Os mais novos tratores, por exemplo, são projetados com sensores de proximidade, GPS e sistema de guia para otimizar o tempo de trabalho nas lavouras. Isso não só aumenta a produção, como também proporciona a economia de combustível e de operação.
Entretanto, apesar da tecnologia brilhar aos olhos, a legislação ainda não foi ajustada para esses tipos de equipamento e o mercado se mantém em expectativa.
3 – Drones e VANTS: monitoramento completo
O monitoramento aéreo por drone é uma das tecnologias mais versáteis para a agricultura, e não se limita apenas ao monitoramento da área cultivada. Devido ao alcance, usando o modelo de equipamento adequado, que sobrevoe por todo o plantio, os dados obtidos podem resolver problemas momentâneos e futuros.
Dentre as vantagens, o controle de pragas e a análise de falhas estão entre as principais, sem que haja a necessidade do deslocamento humano para análise frequente, reduzindo assim o tempo de possíveis problemas.
As mesmas vantagens são observadas no uso de VANTS, veículos aéreos não tripulados. No entanto, essas versões são ainda mais modernas, usados já em outros países para irrigação pontual ou aplicação de fertilizantes.
4 – Gestão agrícola: softwares de monitoramento de dados
Entre uma safra e outra, sempre haverá diferenças, mas, se houverem dados bem coletados e softwares agrícolas de ponta, a gestão agrícola será muito mais eficiente. Por isso, não basta apenas saber os problemas do plantio, mas analisá-los com precisão para traçar estratégias para o próximo ciclo.
Contudo, esses dados armazenados servem também para decisões comerciais, já que intempéries e pragas são comuns e interferem diretamente na quantidade total de colheita.
5 – Tecnologias agrícolas para pequenas áreas
O plantio de alimentos e insumos não se limita às grandes áreas. Pequenos produtores ou técnicas que exigem espaços menores, como é o caso de frutas e verduras hidropônicas, se beneficiam de inteligência artificial.
Assim, o mais esperado são os robôs de colheita, desenvolvidos para identificar o ponto correto de retirada do fruto na hora certa. Além disso, essas tecnologias pretendem ter monitoramento por vídeo, que auxilia o monitoramento e descarte de ervas daninhas ou pragas.
6 – Biotecnologia: as sementes mais resistentes
Avanços científicos estão, a passos largos, melhorando a qualidade das sementes usadas em grandes e médias safras. Já que a demanda de produção é crescente, desenvolver versões mais resistentes às pragas minimizará a perda de plantio.
Essas são as principais tecnologias esperadas para os próximos anos e, algumas, estão em fase de protótipo em países da Europa e também nos EUA. No Brasil, o desenvolvimento ainda está acontecendo, mas não fica atrás, já que o setor agrícola tem grande relevância no PIB.